domingo, 16 de dezembro de 2007

Nonsense

Tá decidido, eu vou começar a escrever sobre coisas absurdas que só aqui mesmo pra acontecer. Eu acho que certas coisas não são engraçadinhas, não devem ser incentivadas e mais, deve haver o protesto. Porque se a gente engole tudo o nonsense continua.
Por isso esse nonsense vai ser em duas partes porque a primeira complementa a segunda.

Nonsense 2

Você passeia pela orla. Vai vai ao centro. Ou mesmo ali na esquina comprar pão e é sempre batata: você vai se deparar com um mané com a mala do carro aberta tocando música ridiculamente alta.
Eu não vou nem entrar no mérito da qualidade da música porque gosto é que nem fiofó, cada um tem o seu.
Agora você querer impôr o seu gosto musical a todo e qualquer custo pra todo mundo que passa é de uma falta de educação sem tamanho.
Quando saí daqui a sete anos essa moda de “som de carro” já existia sim. Já era irritante sim. Mas agora a coisa se espalhou feito uma praga pela cidade. Quanta arrogância!
Eu cresci ouvindo o seguinte de minha mãe: o direito de um acaba quando começa o do outro.
Se você quer se divertir ouvindo a sua música, eu também o quero! Mas ouvindo a minha. Sem imposições. Como diz Cris, cada um com seu cada um.
Justíssimo que finalmente tenham proibido esse nonsense. Agora basta que a lei seja cumprida.


Nonsense 3

Calourada unifacada da UFPB. Dentro do espaço da Universidade. Com barreira de proteção lá dentro. Antes da proteção uma verdadeira competição de som de carros. Como permitiram isso dentro da UFPB??
Pessoas sentadas em banquinhos de bares improvisados no meio da passagem dos carros.

“Por favor, afasta aí um pouco pro carro passar!”
“Eu não vou sair daqui.”
“Mas você está na passagem dos carros.”
“Hoje isso daqui não é pista.”
“Mas tem carro passando. Vocês vão se machucar!”
“Eu não vou sair daqui!”

Nonsense meu Deus!!!

Que eu lembre agora, a Universidade possui umas 5 ou 6 entradas para carro. 1:30 da manhã, evento não acabou ainda. Mas alguns carros já estão saindo. Quantas entradas estão disponíveis? Uma!!

“Mas moço, abre aí pra gente sair!”
“A regra é que depois das 11:00pm só uma entrada da Universidade fica aberta.”
“Mas num dia normal, né?! Quantas mil pessoas estão aqui dentro hoje e vão ter que sair por uma entrada só? Sem falar que um dos acessos foi fechado... Virou bar... (NONSENSE).”
“Desculpa”

Aqui é um país em que regras são bastante flexíveis. Aí numa situação dessas você um Caxias. Que falta de organização! E o plano de saída de emergência? E se a mata pega fogo? E se alguém passa mal e precisa sair com pressa?

Encontrado finalmente o caminho pra sair dali, um carro estacionado bem no caminho por onde só passa um. E com pedestre batendo papo do lado da rua. Ele vê o carro se aproximando e não se move, continua batendo papo. Digníssimo dirige devagar e com cuidado pra não machucar a trepessa. Ao passar por ele a gente ainda ouve:

“Quando leva um tiro não sabe porque levou...”

Ou seja. Eu estou no espaço que me foi reservado por direito. Ali entre as duas faixas de trânsito e na direção que devo seguir. Ele está invadindo um espaço que não lhe é de direito e ainda assim se ofende com a minha retidão e por isso eu deveria pagar com a minha vida. Hum-rum. Pois bem!

Viva o povo brasileiro!!

***

Brazilian Nonsense
Because I’m Brazilian I have the right to comment about such things. In a foreign country I shouldn’t. Here I must.
So I’ll be writing about nonsenses found only here.

Nonsense 2 is a fashion of having sound systems in the boot of your car and playing no matter the occasion, no matter the time, no matter the music.
It’s ridiculous, it’s impolite and it’s everywhere in my city (probably across the country) despite the fact that it’s forbidden by law.

Nonsense 3 is how people can be so despitefull of your rights over their own. We’re driving down a road to a party in the University and there’s people sat on the road and they refuse to stand up, even knowing that they might get hurt. And we’re trying to get out of there there’s people on the road again. They don’t leave and even threat you to hurt you in case they get hurt. Nonsense.

Um comentário:

Ma disse...

Acho que este e o problema de quando a gente passa um tempo fora do Brasil, a gente se acostuma com o respeito ao espaco alheio e esse comportamento do brasileiro incomoda demais! Bjs